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domingo, 15 de janeiro de 2012

Mulher que confessou ter assassinado cães e gatos em SP pode ter matado mais de 30 mil animais em 8 anos


Na tarde deste sábado (14) mais de cem protetores se reuniram em frente à casa da mulher que confessou ter matado mais de 30 animais, na Vila Mariana, em SP. Dalva Lina da Silva, de 42 anos, não estava no local. Segundo testemunhas, ela saiu de casa, durante a madrugada, levando dentro de um carro caixas de transporte possivelmente com animais.
Depoimentos de vários protetores, vizinhos e de um detetive apontam que o número de animais mortos é imensamente maior do que o encontrado esta semana. Segundo o detetive particular, contratado por protetores independentes, somente nos 20 dias em que ele esteve vigiando o local, cerca de 300 animais entraram na casa dela e nenhum deles saiu.
Atitude suspeita
O comportamento de Dalva causava estranheza entre alguns moradores da rua. Segundo relato de uma vizinha, que preferiu não se identificar, ela descartava entre 6 e 7 sacos de 100 litros, três vezes por semana (às terças, quintas e sábados), exatamente na hora em que o caminhão de lixo passava. “Era muito lixo para uma casa só”, disse ela.
“Uma casa com três pessoas adultas e uma criança descartar cerca de 2 mil litros de lixo por semana é algo inconcebível. Isto só comprova a prática cruel que ela vinha exercendo todos esses anos”, afirma a ativista Marli Delucca.
Sabendo que ela recebia centenas de gatos e cães por mês e com base nessas informações, estimamos que cerca de 30 mil animais possam ter sido mortos pelas mãos de Dalva nos últimos oito anos, contabiliza Marli Delucca. “A Dalva recebia animais para encaminhar para adoção há cerca de 8, 10 anos. É só fazer as contas”, reforça a protetora Raquel Rignani.
Suspeita-se ainda que ela descartasse mais corpos de animais por caçambas espalhadas pela cidade.
“Muita gente sempre desconfiou dela, mas nunca tínhamos provas”, disse Marilene dos Santos, que também atua na proteção animal. Marilene chegou a formalizar uma denúncia contra Dalva na delegacia, em novembro de 2010, mas nada foi feito.
Só o protetor Lincoln Seiji encaminhou para a falsa protetora, no último mês, 58 animais, acreditando que estava dando um bom destino aos gatos. “Acabamos confiando no demônio que sempre mentiu para todos nós. Ela abriu as portas da sua casa, espalhou os gatinhos na cozinha, mostrou que tinha uma linda criança, gatinhos adultos andando dentro da casa e toda aquela conversa mentirosa dela. Jamais imaginaria que esses animais estariam sendo entregues a uma assassina!”, desabafou Lincoln.
Ameaça
Duas protetoras que estavam no local foram ameaçadas pelo ex-marido da acusada, que saiu do carro com um revólver em sua cintura. “Ele estava armado, e nos ameaçou diretamente ao ver que pedíamos justiça contra essa assassina”, contou Angela Ledesma, uma das protetoras. “Assustadas com o teor da ameaça, registramos um BO pelo 190. A TV Record registrou tudo.”, disse Claudia Sakaki.
Comoção e revolta
O clima durante a manifestação era de tristeza pelas mortes e revolta pela ineficiência da justiça brasileira – principalmente para atos de maus-tratos e crueldade contra os animais, ainda considerados de menor potencial ofensivo pela legislação do país.
Num gesto de pequena homenagem aos cães e gatos assassinados, manifestantes deixaram flores na entrada da casa. Outros levaram cartazes com pedidos de justiça e fixaram no portão.
Entre os manifestantes, havia tutores com seus animais e pessoas de todas as idades, inclusive crianças. Uma delas era um menino que passou pela calçada, olhou para a casa e disse para a mãe: “que casa amaldiçoada!”, exclamou em seu tom espontâneo de criança.
Durante a manifestação, os participantes se reuniram em uma grande roda para rezar pelos animais vítimas da matança.
Mais animais na casa
Preocupados com a hipótese de ainda haver animais dentro da casa, alguns manifestantes, com os ânimos alterados, tentaram quebrar o portão de entrada, para salvar possíveis vítimas que ainda estivessem no local. Mas a polícia interveio, explicando que só poderia adentrar o local com autorização do delegado. 
Flagrante
Na noite do flagrante, quinta-feira (12), o detetive viu a mulher colocando pacotes na calçada e verificou que se tratavam de corpos de animais. Ele contatou os protetores, que chamaram a Polícia Militar. A mulher de 42 anos foi então detida, sob suspeita de matar 39 cães e gatos.

Fonte: ANDA

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