SÃO PAULO - O Tatuapé, na zona leste de São Paulo, vai ganhar
o primeiro hospital público para cães e gatos do Brasil. O projeto faz parte
das ações da Coordenadoria Especial de Proteção a Animais Domésticos, criada
nesta quarta-feira, 23, pelo prefeito Gilberto Kassab (PSD).
O
projeto, proposto pelo vereador Roberto Trípoli (PV), será formalizado na
semana que vem, quando a Prefeitura assinará contrato com a Associação Nacional
de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais de São Paulo (Anclivepa-SP). A
entidade será responsável pela gestão do hospital.
"É uma
ação inédita no País. Vamos quebrar paradigmas e espero que isso se estenda a
outras cidades", afirma o conselheiro da Anclivepa-SP, Wilson Grassi
Júnior. Além de oferecer tratamento a animais de famílias carentes, o hospital
servirá como escola para alunos de cursos de especialização veterinária
ministrados pela associação.
As instalações
ficarão em um prédio que pertence à Anclivepa-SP, onde a associação já tinha
planos de criar um hospital. "A Prefeitura nos procurou para que uníssemos
nossos projetos. Assim, poderemos potencializar nossas ações", disse
Júnior. Segundo ele, o hospital deve entrar em funcionamento 30 dias depois de
assinado o contrato.
Para o
presidente da Associação Humanitária de Proteção e Bem-Estar Animal
(Arca-Brasil), Marco Ciampi, a iniciativa tem uma importância social. "Foi
dado um passo além na proteção aos animais. Teremos agora a possibilidade de
oferecer tratamento veterinário para camadas da população que não teriam acesso
de outras maneiras", afirmou. O ativista acredita que o hospital poderá
colaborar inclusive para que o número de animais abandonados na capital
diminua. A Prefeitura calcula que a população total de cães e gatos em São
Paulo seja de 3 milhões.
Zoonoses. Com a criação da Coordenadoria, o
Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo (CCZ) não será mais o único local
de atendimento, proteção e encaminhamento de animais. Marco Ciampi vê com bons
olhos a perda de algumas funções do local. "As políticas de prevenção
emanavam de um único centro, o que complicava a logística e centralizava a
atuação. O CCZ ganha, pois deixa de ser um órgão que apaga incêndios."
Apesar disso, o ativista ressalta que o número de centros ainda é insuficiente.
Segundo ele, o ideal seria ter 12 locais do tipo.
Parte do
orçamento destinado à coordenadoria, de R$10 milhões, será usado para a
construção de um Centro de Adoção de Animais na sede do CCZ, em Santana, zona
norte. Segundo Grassi Júnior, a verba destinada ao hospital neste ano será
suficiente para comprar equipamentos e garantir o funcionamento do hospital por
um ano.
Na assinatura
do termo de compromisso nesta quarta-feira, 23, o prefeito e o secretário
municipal de Saúde, Januário Montone, afirmaram que a criação do hospital e do
centro darão às políticas de proteção mais independência e agilidade.
Fonte: O Estado de SP
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