Vermelhidão da
orelha, coceira persistente, odor desagradável, secreções amareladas ou
marrons. Esses são alguns sinais de que os cães e gatos podem estar com algum
problema nos ouvidos. “Muitas vezes vemos o animal com a cabeça pendente para
um dos lados ou apresentando dor e desconforto no simples toque de mãos na
orelha, o que também indica alguma alteração”, explica Dr. Marcelo Quinzani,
diretor clínico do Hospital Veterinário Pet Care.
Um dos
problemas mais comuns que acometem a região é a otite, uma inflamação ou infecção
do canal da orelha. Essa doença pode se desenvolver devido a diversos fatores
que levam à proliferação do cerume, fungos e bactérias, causando diferentes
tipos de otites. Entre as causas mais comuns, Dr. Marcelo Quinzani cita as
seguintes:
- Parasitas:
carrapatos, sarna de orelha;
- Presença de
corpos estranhos: grama, medicação ressecada, cerume, pelos mortos, água;
- Alergias:
dermatite atópica, alergia alimentar;
- Ambientais:
calor e umidade;
- Anatômicas:
estenose de conduto ou orelhas abafadas;
- Doenças que
alteram a renovação de pele: desordens de queratinização.
A otite é um
problema sério e, se não for tratado corretamente, pode causar alterações
irreversíveis no canal auditivo, como, por exemplo, estreitamento, a perfuração
do tímpano e encefalite decorrente da presença de bactérias. “Se o canal
auditivo fica muito estreito e não for possível fazer o tratamento correto,
recomenda-se até uma cirurgia para retirada do mesmo”, afirma. “Nem sempre uma
melhora geral, como a diminuição da secreção, odor e o animal não aparentar
mais desconforto são sinais de que o problema está resolvido. Muitos donos
suspendem a terapia precocemente, o que diminui as chances de cura”, alerta
Quinzani.
Tratamento
Para tratar uma otite é preciso primeiro identificar a causa
primária por meio de uma anamnese, um exame clínico com otoscopia, exame citológico
no microscópio e, se necessário, proceder a uma cultura e antibiograma. O
tratamento pode ser feito por meio da utilização somente de soluções tópicas
dentro do canal ou associação de solução tópica mais um anti-inflamatório e
antibiótico oral. O veterinário é quem irá indicar os produtos mais adequados
para cada caso.
Como prevenir
Para evitar que entre água no canal auditivo, é importante
sempre colocar algodão nas orelhas dos pets durante o banho e secar as orelhas
dos cães que entram em lagos ou piscinas. “Também é importante manter as
orelhas ventiladas e tosadas, principalmente dos cães com orelhas pendentes,
como é o caso das raças cocker spaniel, basset hound e setter irlandês, por
exemplo”, comenta. O mais importante é realizar visitas periódicas ao médico
veterinário, nas quais é realizado um exame clínico adequado, que pode identificar
o conduto auditivo e a possível presença de alterações na sua anatomia ou mesmo
presença de cerume e parasitas.
Higienização correta
A limpeza das orelhas deve ser feita de acordo com a prescrição
do veterinário, mas geralmente um ouvido em condições normais requer limpeza a
cada dois e três meses, de acordo com a quantidade de cerume acumulado. “É
importante que a higienização seja feita por um profissional que possui técnicas
e equipamentos adequados”, alerta. É possível fazer a limpeza doméstica, mas
apenas com algodão seco e na parte externa da orelha. “Nunca deve-se usar
cotonetes ou pinças com algodão e muito menos pingar produtos ou medicamentos
sem orientação do médico veterinário”, orienta Quinzani.
Fonte: ANDA
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